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Posts Tagged ‘Cúpula da Amazônia’

Floresta Viva ao invés de só Floresta em Pé!

O verão nos EUA e Europa, as queimadas (Canadá, Havaí, Grécia). Inverno de 40 graus no Brasil? Era da Ebulição! Emergência Climática!

“Os dados mais recentes sobre incêndios florestais confirmam o que há muito temíamos: os incêndios florestais estão a tornar-se mais generalizados, queimando hoje quase o dobro da cobertura arbórea do que há 20 anos.” https://www.wri.org/insights/global-trends-forest-fires

A semana de 4 a 11 de setembro em Belém reunião, pela primeira vez, o equivalente a mais da metade das florestas no mundo. Além dos 8 países que formam a floresta Amazônica estavam presentes as duas Repúblicas do Congo e a Indonésia. Durante os oito dias foram mais de 400 eventos paralelos com muita relevância para o atual contexto de mundo. Acredito que algo mudou, que algo emergiu, que ações reais serão realizadas ao invés de declarações vazias. Com certeza um marco para o ano de 2023!

 A questão do petróleo na Foz do Amazonas é a mais sensível de todas. Primeiro porque o atual governo vem se declarando mais progressista e sustentável. Recebendo elogios e negócios do mundo todo. Depois porque a Colômbia e principalmente o Equador (com o referendo) estão tomando a frente de uma pauta que é do Brasil, deixar isso escapar pelos dedos é um erro socioeconômico que vai gerar grandes prejuízos ao país desnecessariamente. A questão dos subsídios para os combustíveis fósseis, vão cair no mundo todo num tempo menor do que se espera.

Estão enganando a população do Brasil e principalmente do Amapá fazendo-os acreditar que terão algum benefício. Assim como a Hidroelétrica de Belo Monte fez a população acreditar que haveria algum benefício para o país e principalmente para o entorno. Hoje, todos sabem, que isso não aconteceu. Por que não se menciona que qualquer retorno financeiro, da extração do Petróleo na Foz do Amazonas, só virá daqui muitos anos? Será que ainda estaremos extraindo mais Petróleo?  Comparando a questão técnica do petróleo na Foz do Amazonas com a questão técnica (que foi ignorada) de Belo Monte. Nos dois episódios os ministros das Minas e Energia ignoraram as implicações técnicas. Belo Monte foi um desastre gigantesco (previsto) em todas as áreas… será que repetiremos esse erro grosseiro?

Estão usando um bordão bem antigo: o Petróleo é nosso! Nosso quem cara pálida? Colômbia e Equador já se anteciparam e mostraram quem vai liderar o assunto na América do Sul.  Fico pensando que se fizermos um referendo no Brasil, qual seria o resultado? Alguém tem dúvida? Triste, né?

“Sabemos produzir energia limpa, por que insistir em energia fóssil?” Marina Silva

A COP28 está desviando as atenções da extinção dos combustíveis fósseis (caso ainda exista algum interesse que a humanidade exista) para a segurança alimentar. Será que vão expor a realidade da indústria da proteína animal? Dos agrotóxicos? Desvio interessante!

Recomendações de leituras:

Declaração de Belém ignora fósseis e não traz meta para desmate zero – https://www.oc.eco.br/declaracao-de-belem-ignora-fosseis-e-nao-traz-meta-para-desmate-zero/

Carta dos Povos Indígenas da Bacia da Amazônia aos presidentes – https://apiboficial.org/2023/08/07/carta-dos-povos-indigenas-da-bacia-da-amazonia-aos-presidentes/

Países florestais formam bloco para negociar nas COPs – https://www.oc.eco.br/paises-florestais-formam-bloco-para-negociar-nas-cops/

Sociedade pede fim do petróleo na Amazônia, mas deve ser ignorada em cúpula de presidentes – https://apublica.org/2023/08/sociedade-pede-fim-do-petroleo-na-amazonia-mas-deve-ser-ignorada-em-cupula-de-presidentes/

O ‘negacionismo progressista’ que nos governa –https://sumauma.com/negacionismo-progressista-que-nos-governa/

Bioeconomia – muita confusão sobre o conceito. A confusão não é só no Brasil, no mundo também tem confusão. Produção de Etanol não é bioeconomia, uma enorme parte do agrobusiness, também, não é bioeconomia. 100% da economia atual é 100% dependente da Natureza!

O movimento de sustentabilidade tem mais de uma centena de anos e os pioneiros são muito pouco conhecidos como Alexander Von Humboldt, entre outros. De alguma forma convencionou-se de considerar o marco inicial com a publicação de Primavera Silenciosa de Rachel Carson em 1962. Ela não foi a primeira a revelar questões que levariam a humanidade à insustentabilidade, o seu maior valor é por ter sido uma escritora bem conhecida a revelar o envenenamento da nossa comida, do solo e da saúde dos agricultores. Se não fosse por isso, sua denúncia não causaria desconforto às gigantes dos agrotóxicos. A questão emergiu de tal forma que a ONU se viu obrigada a fazer, em 1972, a primeira conferência (Estocolmo) que inaugurou os encontros, documentos, estudos e acordos que acontecem frequentemente hoje. Em 1987 tivemos dois marcos maravilhosos, primeiro foi o sucesso do Protocolo de Montreal (setembro) agindo diretamente para proteger a camada de Ozônio e o segundo foi a publicação do Relatório Brundtland “Nosso futuro comum” (outubro) que revelou a certeza de que vivemos uma crise civilizatória global com pouco tempo para reverter as consequências. Parecia que o mundo acordara e que os países iriam tomar medidas eficazes contra o que nos afligia. A Rio92 foi um marco para a sustentabilidade que imbuída de 20 anos de estudos aprofundados e questionamentos quanto aos caminhos do desenvolvimento sustentável. Ninguém poderia prever que nos encontraríamos onde nos encontramos hoje, nem o mais pessimista dos pessimistas acreditaria que na terceira década do século XXI teríamos escolhido rumar à extinção. Logo depois, ainda no século XX, publicamos A Carta da Terra, tendo sua ideia concebida durante a Rio 92 e com um trabalho maravilhoso de figuras importantes que ao longo de 8 anos criaram a nossa constituição como humanidade. Fico triste ao perceber que poucos a conhecem e muito poucos sabem o que ela diz. Mesmo o Protocolo de Kyoto (elaborado 1997) que deveria ter sido uma força tarefa para reduzir as emissões de gases de efeito estufa… não deram em alguma coisa boa como o Protocolo de Montreal. Tristeza quanto aos resultados das aguardadas COP 15 (2009/Copenhagen), Rio+20 (2012/Rio) e COP 21 (2015/Paris). As últimas três COPs e a Stockhol+50 nem se fala e a próxima COP está fadada a se desviar das questões mais relevantes como os combustíveis fósseis. E cá estamos há 60 anos da primeira Conferência que deveria reverter a crise a civilizatória, agindo como se nada estivesse acontecendo. De forma inacreditável ainda se pensa em extrair petróleo na foz do Amazonas! Oi???? R$ 335 bilhões de subsídios brasileiros para petróleo e gás! Oi???? Ainda se extrai carvão mineral! Oi???? Ainda se usa agrotóxicos em nossa comida! Oi???? Ainda se desmata a floresta Amazônica para a indústria da proteína animal! Oi???? Ainda se patrocina o genocídio para dar lugar ao garimpo ilegal! Oi??? Chega, né?

Vem aí, nesse mês, a Cúpula de Ambição Climática da ONU em Nova York!

“Ainda estamos nos movendo na direção errada. A meta de 1,5ºC está ofegante. Os planos climáticos nacionais estão ficando terrivelmente aquém. E, no entanto, não estamos recuando, estamos revidando”. “Será uma cúpula sem declarações sem sentido! Sem exceções!” António Guterres (Secretário Geral da ONU)

Só lembrando que a invasão Russa na Ucrânia completa hoje 555 dias.

Efemérides

Setembro de 2022

“Amanhã, 2 de setembro, a independência do Brasil fará 200 anos. Sim, a independência do Brasil foi decretada no dia 2 de setembro de 1822. Quem decretou a independência não foi D.Pedro I e sim a princesa Maria Leopoldina (austríaca). D. Pedro I só foi informado da independência cinco dias depois. O pintor Pedro Américo, 66 anos depois da independência, pintou um quadro (fake news) retratando o inexistente Grito do Ipiranga, a pedido de D. Pedro II. A falsa narrativa morou por muitos anos nos livros de história do Brasil. O coração de D. Pedro I veio ao Brasil (cena ridícula) para celebrar os 200 anos da independência, enquanto quem realmente a decretou está aqui sepultada sob o Monumento à Independência em São Paulo. D. Pedro I, sem o coração, também está sepultado no mesmo local que Maria Leopoldina.”

Setembro de 2021

“Pense um pouco em qual repertório de palavras e ideias suas causam desconforto ou até reações violentas contra você. Eu tenho muitas. Por favor, tenha uma escuta generosa! O voto vai contra a democracia! Comer animais é um dos principais problemas ambientais! Ler jornal é perda de tempo! Só essas três já me causam constrangimentos. Ao ouvir uma palavra ou ideia que vai contra suas crenças e valores, você reage conforme a possibilidade (maior ou menor) de lhe causar uma disrupção, uma dissonância cognitiva. Quando escuto afirmarem que a Terra é plana, que apareceu um disco voador, que é justo o que ganha uma estrela do futebol, que o aquecimento global é natural, são ideias que me causam repulsa e até um julgamento mais agressivo. No entanto posso estar enganado. Aqui no Brasil, palavras e ideias que mais causam violência estão principalmente na religião, política, futebol, preconceitos, educação e tudo que se relaciona ao Coronavírus. Vamos nos arriscar a falar das vacinas, das máscaras, do isolamento físico e até mesmo da cloroquina? Nem pensar, não é mesmo?”

Setembro de 2020

“Quando escuto dizerem as duas palavras macabras, “ano perdido” me arrepio até a alma com tamanha falta de visão em educação (me desculpem os que acreditam nisso). Como assim ano perdido? Alguém consegue acreditar que quem viveu em 2020 não aprendeu mais, comparativamente, do que em qualquer dos anos anteriores dessa década? Daqui a 10 anos, qualquer que seja a idade escolar de hoje, você acredita que o estudante aprendeu mais em 2020 ou em 2019? Em 2020 ou em qualquer dos anos de 2011 em diante? A resposta é tão óbvia que precisaria alterar completamente as métricas do que significa aprender, para achar que o ano foi perdido. Podemos, sim, afirmar que foi muito negativo em vários aspectos e até mesmo perigoso quanto a segurança alimentar, violência doméstica e tantos outros problemas que realmente estão acontecendo. O aumento do degrau social de acesso à educação, a situação insalubre dos professores, a incerteza de como será o mês seguinte e tantos outros problemas que estão ocorrendo não fazem de 2020, nem de longe, um ano perdido!

O sistema de educação brasileiro já estava quebrado antes da pandemia. O Brasil ocupa um lugar vergonhoso no ranking mundial. E por incrível que isso pareça pode ser uma grande vantagem para o nosso país. O fato de ainda estarmos no século XIX quanto a educação e tudo que estamos vivendo esse ano desmorona o sistema todo… podemos migrar diretamente para o século XXI. Fizemos isso com a tecnologia da informação no final dos anos 80. Estávamos tão atrasados em termos tecnológicos que quando resolvemos finalmente entrar, já pulamos diretamente para uma etapa mais inovadora. Enquanto os EUA e a Europa estavam se readaptando dos sistemas antigos para os novos, nós fomos diretos para os novos. Durante muitos anos lideramos mundialmente os sistemas de informação bancários, financeiros, agrícolas e outros. Não tivemos que pagar os custos de uma longa jornada de aprendizagem e amortizar o capital investido nesses primórdios de TI. O mesmo pode acontecer com a educação. Podemos ir direto para uma nova educação criar sistemas de aprendizagem que servirão de modelo para muitos países. Sim podemos nos tornar um modelo para o mundo. Resta saber se vamos continuar nessa toada onde a educação não tem importância para o país.”

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A Era da Ebulição Global! E eu com isso?

O mês de julho foi o mês mais quente da história. Pelo menos nos últimos 120.000 anos segundo o cientista alemão Karsten Haustein, da Universidade de Leipzig, na Alemanha, com base em registros paleoclimáticos. A declaração confirmando que julho de 2023 foi o mês com as mais altas temperaturas desde o início do monitoramento, em 1940, foi feita nessa quinta-feira (27/07) pelos cientistas do Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus, da União Europeia, e da Organização Meteorológica Mundial (OMM). António Guterres, secretário geral da ONU, declarou que o mundo entrou na era da “ebulição global”. Ele disse: “A era do aquecimento global terminou; a era da ebulição global chegou.” No original em inglês: “The era of global warming has ended; the era of global boiling has arrived.” Um trecho com pouco mais de um minuto selecionado pelo The Guardian vale muito a pena ouvir https://youtu.be/xyacrd1d-cU

Matéria do vídeo: (em inglês) https://www.theguardian.com/science/2023/jul/27/scientists-july-world-hottest-month-record-climate-temperatures

As medições da superfície dos oceanos foram também superadas agora em julho. Lembrando que desde 2014, esse aquecimento dos oceanos ultrapassou o ponto de não retorno. O El Niño é, também, uma das razões por trás de julho ser o mês mais quente de todos os tempos, além das emissões de gases de efeito estufa devido a atividades antropogênicas.

Enquanto acontecia o anúncio pela Organização Meteorológica Mundial e pelo Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus da UE na quinta-feira, os ministros do clima do G20 estavam reunidos em Chennai (Índia) para conversas sobre como reduzir as emissões que aquecem o planeta. Foi a última reunião preparatória para o encontro do G20 em Nova Deli em setembro. Os ministros dos países, que juntos, emitem cerca de 80% dos gases que aquecem o planeta, não chegaram a um acordo em quatro dos 68 pontos de discussão. Um documento publicado pelo grupo nessa sexta (28/07) mostra que os países não concordaram em atingir o pico de emissões até 2025, passando para a energia limpa e um imposto sobre o carbono como forma de reduzir as emissões.

Impressionante que esse cenário vem sendo cientificamente anunciado por, pelo menos, mais de 30 anos. No entanto escolhemos fingir que nada está acontecendo. Todos nós somos contribuintes, de uma maneira ou de outra, por manter essa crise civilizatória nesse rumo ao abismo. Seja utilizando combustíveis fosseis, consumindo carne, usando plásticos, se alimentando com produtos industrializados ou cultivados com agrotóxicos. Difícil sair desses hábitos de consumo, mesmo para os mais fervorosos ambientalistas. Uma coisa é fazer parte da indústria causadora das mudanças climáticas (mesmo que na modalidade de banalidade do mal) e outra é manter suas escolhas na direção oposta de suas crenças e valores. Pois é… todos nós!

Enquanto isso, nessa mesma quinta-feira 27 de julho, o presidente americano, Joe Biden, disse em seu discurso de combate às mudanças climáticas:

“Não acredito que qualquer pessoa possa negar o impacto das mudanças climáticas. Houve um tempo, quando cheguei aqui (Casa Branca), muita gente dizia: ah… isso não é um problema! Bom, eu não conheço ninguém que… – não devia dizer isso – Eu não conheço ninguém que HONESTAMENTE acredite que a mudança climática não é um problema sério!”

Também não acredito que exista algum formador de opinião, político, cientista, profissional da saúde, professor, jornalista, executivo, consultor, palestrante ou qualquer pessoa minimamente informada que HONESTAMENTE acredite que a mudança climática não é um problema sério.

Esses pseudo-negacionistas estão a serviço de alguma vantagem pessoal. Pode ser financeira, desejo de agradar algum grupo ou simplesmente alguma patologia. As pessoas não checam e não percebem que esses criminosos ganham para enganar os enganáveis. Dos setores que estão convertidos por esses agentes da desinformação, o do agronegócio é o mais preocupante. Uma parte significativa deles acreditam e agem contra si mesmos ao condenarem seus negócios por acreditarem no inacreditável. Fico pensando se esses produtores negacionistas do agronegócio sabem que seus netos e bisnetos terão muita vergonha da ignorância de seus avós que destroem seu próprio patrimônio e o da humanidade. O pior é que esses evangelistas, que os convencem, são poucos e causam tanto dano. Os principais são só meia dúzia de ratos-pingados.  

Duas matérias e uma ótima entrevista ilustram muito bem essa situação e dão nome aos bois que querem passar a boiada. Recomendo fortemente, fortemente mesmo!

Agronegócio e extrema direita impulsionam máquina de fake news sobre aquecimento global

Agência Pública – 30/06/2023

“As fontes primárias da desinformação são basicamente um trio formado pelas duas figuras citadas por Nobre – Ricardo Felício, professor de geografia da Universidade de São Paulo (USP), e Luiz Carlos Molion, meteorologista e professor aposentado da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) – e pelo agrônomo Evaristo de Miranda, recém-aposentado da Embrapa, que se tornou guru ambiental do agronegócio e de Jair Bolsonaro.” 

Como negacionistas influenciam o debate ambiental no Brasil

Jornal DW Brasil (Deutsche Welle) – 30/06/2023

“Ligados a instituições respeitadas, porta-vozes da desinformação ambiental ganharam espaço e apoio de setores da economia para propagar mensagens que vão contra o consenso científico sobre as mudanças climáticas.”

https://www.dw.com/pt-br/como-negacionistas-influenciam-o-debate-ambiental-no-brasil/a-66064437

Observatório de Justiça e Conservação – entrevista com Mario Mantovani

21 de julho de 2023 – Começa aos 9 min

“No Programa Justiça e Conservação de hoje Mário Mantovani, geógrafo e ambientalista, conversa conosco sobre como porta-vozes da desinformação ambiental ganharam espaço e apoio de setores da economia para propagar mensagens que vão contra o consenso científico sobre as mudanças climáticas.”

Cúpula da Amazônia e Diálogos Amazônicos

Teremos na semana que vem a Cúpula da Amazônia, nos dias 8 e 9 que será precedida pelo gigantesco encontro dos Diálogos Amazônicos que começam nessa sexta-feira, 4 de agosto.

A cidade de Belém (PA) sediará a Cúpula da Amazônia, um evento fechado que reunirá os presidentes dos membros da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA): Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela. Outros países com grandes áreas florestais, como os Congos e a Indonésia, também foram convidados, assim como o presidente francês Emanuel Macron, por conta da Guiana. O objetivo é construir uma posição conjunta que será levada à COP28 (conferência do clima da ONU), nos Emirados Árabes, entre 30 de novembro e 12 de dezembro. 

Nos dias que antecedem a Cúpula da Amazônia, ocorrerá uma pré-cúpula, chamada de Diálogos Amazônicos, serão centenas de encontros auto-organizados pela sociedade civil, academia, entidades do terceiro setor, associações indígenas, povos tradicionais da floresta e a população em geral desses oito países, que farão suas contribuições em relação ao que será discutido na Cúpula da Amazônia.

A Ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, em entrevista para Revista Cenarium Amazônia falou sobre a Cúpula da Amazônia:

“Existe um alinhamento que é o legado histórico e existe o alinhamento recente que é a determinação tanto do Governo do presidente Lula quanto dos demais países. Tivemos uma reunião [em 8 de julho] preparatória em Letícia [Colômbia]. Dessa reunião participaram representantes que compõem essa articulação de oito países e tiramos o que nós chamamos de ‘Mapa do Caminho’, que traz uma série de pontos envolvendo ciência, tecnologia, comunidade, combate às criminalidades e a questão do desenvolvimento sustentável, como a base para chegarmos em Belém com uma proposta robusta. O momento é de cooperação. Esperamos que Belém (Pará) não seja apenas mais um evento, que seja um espaço para a tomada de decisão e encaminhamentos práticos que têm a ver com financiamentos e troca de experiências. Esse processo está relacionado à criação de um painel científico para o enfrentamento do problema da proteção da Amazônia, que é algo semelhante ao que nós já temos no IPCC, que é o Painel Intergovernamental para Mudanças Climáticas.”

A Fundação Rede Brasil Sustentável produziu uma cartilha que ajuda a orientar os participantes presenciais e os que vão acompanhar a distância.  https://redebrasilsustentavel.org.br/

Confira a programação das plenárias nos Diálogos Amazônicos

Programação das Atividade auto-organizadas

https://www.gov.br/secretariageral/pt-br/assuntos/dialogosamazonicos/atividades-auto-organizadas

O Petróleo é nosso! Nosso quem?

Estamos num momento muito delicado de transição energética. As evidências não podiam ser mais claras em relação a eliminação dos combustíveis fósseis. A utilização de petróleo, carvão mineral e gás precisam ser substituídos rapidamente. A questão é como! Existe uma pressão pesada da indústria do petróleo, seja por lobby, desinformação e até mesmo assédio judicial (estão processando cientistas e formadores de opinião). Um ponto importante é quanto a COP28 ser presidida pelo principal executivo da empresa nacional de petróleo dos Emirados Árabes Unidos, a Adnoc. Esse papel vem sendo “vendido” como uma oportunidade das decisões serem tomadas em conjunto com o mercado econômico, fazendo com que a COP não seja um mero encontro que, como sempre, não dá em nada. Será? Al Gore vem se manifestando de forma contundente contra o lobby da indústria do petróleo. “Oitenta por cento de toda a energia usada no mundo hoje ainda vem de combustíveis fósseis”, disse ele. Além do mais, Gore reconheceu que as empresas de petróleo, gás e carvão não vão cair sem lutar. Disse também que “As empresas de combustíveis fósseis estão tentando desesperadamente usar suas redes políticas e econômicas e sua captura bem-sucedida de políticas em muitos países para retardar essa transição”, disse ele. “Eles não divulgam suas emissões. Eles não têm nenhum plano de eliminação gradual. Eles não estão comprometidos com um caminho líquido zero real. Eles são greenwashing. Eles estão realizando conspirações anti-climáticas.”

Hoje saiu uma importante reportagem no jornal britânico The Guardian que procura desembaraçar o novelo (ou novela) das intenções de ocupar os espaços de decisões quanto as ações contra as mudanças climáticas. O Observatório do Clima tem um ótimo texto sobre esse assunto.      

Fósseis não são “ponto chave” para presidência da COP28, revela documento 

Vazada ao jornal The Guardian, estratégia dos Emirados Árabes aprofunda desconfiança quanto a Sultan Al-Jaber, que chega ao Brasil nos próximos dias para Cúpula da Amazônia.”

Observatório do Clima – 01/08/2023

Sem clima para transição, América Latina insiste em combustíveis fósseis

Países da região investem em óleo e gás, na contramão da meta de 1,5 grau Celsius, mas pelo menos há alguma resistência: sociedade civil do Equador conseguiu um plebiscito sobre exploração na Amazônia e Petro tenta livrar Colômbia do carvão.”

Sumaúma (Jornalismo do centro do mundo) – 01/08/2023

https://sumauma.com/sem-clima-para-transicao-america-latina-insiste-em-combustiveis-fosseis/

Vazamento revela questões “delicadas” para a presidência dos Emirados Árabes Unidos na cúpula do clima da ONU. Exclusivo: longa lista de tópicos “sensíveis” para petro-estados inclui produção de petróleo e gás, emissões e crimes de guerra no Iêmen” (em inglês)

The Guardian – 01/08/2023

https://www.theguardian.com/environment/2023/aug/01/leak-uae-presidency-un-climate-summit-oil-gas-emissions-yemen

Aqui está a verdade sobre os planos de Sunak para o Mar do Norte: ele venderá o planeta para os licitantes mais sujos. (em inglês)

Apesar dos graves novos alertas sobre a profundidade da crise climática, os plutocratas estão lutando para manter seus lucros – e nosso primeiro-ministro está com eles.”

The Guardian – 01/08/2023

https://www.theguardian.com/commentisfree/2023/aug/01/rishi-sunak-north-sea-planet-climate-crisis-plutocrats

Editorial: Esperar que os gigantes dos combustíveis fósseis vejam a luz sobre o clima não funcionou. A mudança só vem com mandatos e força.” (em inglês)

Los Angeles Times – 21/07/2023

https://www.latimes.com/opinion/story/2023-07-21/editorial-its-not-enough-to-be-frenemies-with-fossil-fuel-companies-we-have-to-kick-them-to-the-curb

Vamos torcer pelo sucesso da Cúpula da Amazônia! Vamos esperançar!

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