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Posted in Aprendizagem, tagged Aprendizagem, conectivismo, educação on Janeiro 1, 2011| Leave a Comment »
1 de Janeiro de 2011
Primeiro dia dessa década que promete ser a década da Educação, ou melhor, da Aprendizagem.
A última década consolidou as mídias sociais na Internet, derrubou mitos tombados pelo patrimônio histórico do poder vigente, deu voz a milhares de cidadãos distantes da mídia, deixou involuntariamente mais transparente as ações de governo, permitiu que a leitura fosse mais acessível, tirou a espiritualidade do armário, rompeu a barreira das línguas e linguagens, tornou a sustentabilidade sustentável e principalmente abriu as portas para o Conectivismo na Educação. A conexão com, de alguma forma, tudo e todos vai permitir essa revolução da Educação. Bem vindos a 2011!
Imaginem só… se alguém na década de 90 afirmasse que na próxima década os EUA teria um presidente negro, que o Lula seria eleito e os bancos teriam lucros recordes em seu governo, que a Volvo seria Chinesa, que o Niemeyer faria 103 anos, que tristemente Sérgio Vieira de Mello não substituiria o Kofi Annan na ONU, que a tradicional Burger King seria Brasileira, que as torres gêmeas (EUA) seriam derrubadas por aviões de passageiros, que o George Bush assumiria a presidência dos EUA mesmo tendo perdido para Al Gore nas urnas, que o tal do bug do milênio (Y2K) não faria mal a ninguém, que o Lehman Brothers fecharia, que a Arthur Andersen teria sua reputação destruída, que uma empresa chamada Google seria uma das marcas mais valiosas do mundo, que avançaríamos muito pouco na terapia genética, que a natureza bateria tão forte e que Plutão deixaria de ser um planeta. Uma década inacreditável!
Com certeza essa década promete nos surpreender ainda mais. Quem se arrisca a fazer previsões? Nenhum de nós sabe o que vai acontecer, mas uma coisa é certa: na Educação uma revolução transformará completamente as atuais estruturas e metodologias. Arrisco-me a dizer que logo não haverá mais vestibular e que as escolas serão espaços de lazer que promoverão uma aprendizagem real. A alfabetização ecológica, educação ambiental e sustentabilidade farão parte dessa nova fase assim como nutrição, saúde, economia, evolução da consciência, inteligência emocional e social. O conteúdo será diretamente ligado ao SER do ser humano. A competitividade será substituída pela colaboração e as hierarquias pelas lideranças. Pode parecer absurdo, mas para a década passada também parecia. Viva a Aprendizagem!
Saia da Escola!
Posted in Aprendizagem, tagged Aprendizagem, educação, escola que aprende, Peter Senge on Setembro 6, 2008| 2 Comments »
Estou lendo o “The Power of Presence” do Peter Senge e novamente fica claro o quanto as escolas estão LONGE de conseguir ensinar alguma coisa aos alunos. Enquanto os pais, professores e gestores do ensino não mudarem COMPLETAMENTE seu modo de ver a aprendizagem eles estarão perdendo um precioso tempo.
Por mais incrível que pareça nossos filhos têm tudo para serem muito bem sucedidos nesse novo mundo sócio-econômico. Mas o que os tira desse caminho somos nós, pais e educadores. O futuro é aqui e agora. Abra sua mente e principalmente o seu coração para o que já está acontecendo na educação e tenha uma “escuta generosa” para as novas habilidades requeridas para o profissional de hoje.
Por que pais e educadores, os mais interessados no sucesso dos filhos e alunos, fazem o contrário do que é preciso para prepará-los para o futuro? Simples: falta de conhecimento.
Tenho visto pais entrarem nas escolas e perguntarem onde está o laboratório de informática e quantos computadores tem por aluno. Falta-lhes a informação da total inutilidade de um laboratório de computadores, assim como seria inútil (no tempo deles) um laboratório de canetas e lápis. Por outro lado, as escolas mantêm esses laboratórios por duas razões: apenas para os pais verem ou – bem pior – porque não sabem de sua inutilidade. O próprio nome “informática” é mal compreendido e muitas escolas, em vez de ensinarem a ciência da informação, ensinam Windows, Word, Excel, Photoshop, Corel e outros. Seria como ensinar a utilizar garfos, pratos, colheres e panelas, em vez de ensinar a cozinhar.
Sendo a comunicação e a informação tão importantes para as profissões do futuro, porque as escolas mal tocam de verdade nesse assunto? O livro “As Profissões do Futuro”, de Gilson Schwartz , foi escrito em 2000 e é impressionantemente atual. Gilson nos diz que três palavras resumem a sua visão: rede, conhecimento e cidadania. “As oportunidades de sobrevivência digna estarão cada vez mais condicionadas, em cada sociedade, pelas possibilidades de criação e multiplicação de redes de conhecimento”, afirma.
Lamentavelmente, as escolas ainda estão desenhadas ao contrário, formando alunos que acreditam que o objetivo principal da escola é o Vestibular. E para piorar, muitos pais e educadores reforçam essa idéia. Com isso, a grande maioria dos alunos não está preparada para a faculdade e muito menos para o futuro mercado de trabalho. E quanto às avaliações? As pesquisas mostram que os profissionais bem sucedidos foram na sua maioria mal avaliados em suas escolas e que a maior parte dos bem avaliados não está bem posicionada no mercado de trabalho. O que isso quer dizer? Será que temos que questionar o atual sistema de avaliação? Sim, temos que questionar. E muitos já o estão fazendo. O livro “Fomos Maus Alunos” de Rubem Alves e Gilberto Dimenstein é um presente para essa reflexão. Recomendo a todos os pais interessados em Educação essa deliciosa e rápida leitura de um bate-papo entre os dois.
As habilidades necessárias para o profissional do século XXI (que já começou) demandam que a pessoa seja auto-motivada, auto-dirigida, colaborativa, que tenha senso de cidadania (responsabilidade social e ecológica) e que trabalhe em rede. Enquanto isso, as escolas continuam ensinando o contrário. Os alunos aprendem uma obediência cega à hierarquia para não serem punidos. As lições não são feitas por interesse ou curiosidade e sim porque “vale nota”. Os alunos aprendem a acreditar no que está escrito (sem questionar ou refletir), aprendem a competir para vencer (sem compartilhar ou cooperar) e humilham seus colegas diante do grupo, com a maior naturalidade, já que o próprio professor muitas vezes também o faz. Notas e punições acabam sendo (ainda) a base do sistema de educação. Isso porque apesar de já estar claro que esse sistema não funciona mais, poucos sabem o que colocar no lugar e como fazer isso. Enfim… essa escola está morta, mas ainda não foi enterrada. Cabe aos pais e educadores não permitir que esse modelo continue a existir.
Imagine a seguinte experiência: coloque todos os professores de uma mesma escola numa sala e diga que eles serão avaliados. Sinta a reação de cada um, aplique um teste de QI (veja o medo da maioria), exiba os resultados abertamente, dê os parabéns àqueles que se saírem bem e recomende aos que ficaram abaixo da média para procurarem ajuda. Afinal de contas, um professor precisa ser inteligente! Tenho certeza que a simples proposta vai gerar uma comoção entre os professores…Não vai? Mas se pensarem bem, é isso que a educação está fazendo, sistematicamente, com os alunos. Para que?
O maior equívoco dos pais é acreditar que uma escola que exige muito do aluno é uma boa escola. Os pais aprenderam de seus pais que para se ter um bom futuro é necessário se sacrificar para isso. Portanto, traduzem que uma escola que está mais preocupada em formar seres humanos e cidadãos conscientes em vez de focar no vestibular é uma escola alternativa e provavelmente fraca. Ledo engano! A Escola da Ponte, em Portugal, prova claramente o contrário! Lá, os alunos não têm aulas regulares, conteúdo programático, provas ou notas. O aluno aprende dentro do seu próprio interesse. Segundo José Pacheco, a preocupação deles é com o desenvolvimento do aluno e não com a grade curricular. Resultado: por ser uma escola pública e estar completamente fora do “esquema” de ensino, o estado depois de tentar tudo para acabar com a escola resolveu fazer um “provão” para humilhá-los com as notas baixas de seus alunos. Mas para surpresa geral, a Escola da Ponte ficou em primeiro lugar. Seus alunos obtiveram as melhores notas do país. Nos Estados Unidos, um número muito grande de escolas saíram do esquema formal de ensino. O resultado é que atualmente não é mais obrigatório fazer uma escola oficial, basta passar nos exames.
George Lucas afirmou que no seu tempo a escola era uma chatice total entrecortada por alguns poucos professores maravilhosos que foram responsáveis pela sua formação. Ele pergunta: “Por que a escola precisa ser assim chata? Porque não pode ser maravilhosa com raros momentos ruins?” Ele não ficou de braços cruzados. Montou uma das maiores entidades voltadas para a educação do mundo: a George Lucas Educational Foundation (www.glef.org) que tem produzido o que há de melhor na formação de educadores. Vale a pena ler, ouvir e ver o seu projeto (Edutopia).
Os professores não terão que correr para aprender sobre esse novo mundo, muito pelo contrário. Só precisam se abrir para a idéia de que o aluno pode saber mais do que ele sobre um determinado assunto… e tudo bem ser assim! Só isso! Exemplo: durante uma aula sobre reconhecer pegadas de animais, um aluno se interessou em colecionar diferentes pegadas e na pesquisa achou um jogo de descobrir pegadas no habitat do animal… só que o site era na Alemanha . O colega retrucou que estava escrito em alemão e ninguém ali sabe ler. Um terceiro aluno disse que conseguia ler qualquer coisa em qualquer língua – esse aluno “ensinou” todos da classe a usar um tradutor automático – disponível hoje na Internet, para quem souber procurar. Num outro dia, um quarto aluno mobilizado pela aprendizagem trouxe uma opção mais eficaz para traduzir e após algumas semanas a classe toda conseguiu acessar todo o conteúdo da web em português. Com tudo isso, surgiu também a questão do “Internetês” e a crença de que ele vai fazer todo mundo desaprender o português.
A classe começa a debater e a pesquisar o assunto e conclui que – pelo contrário – a Internet está promovendo a leitura e mobilizando a criação de uma nova linguagem, que não substitui a anterior, mas se soma a ela. O texto que escolhem para apoiar a discussão chama-se “Discutindo a Língua Portuguesa”, escrito por Sírio Possenti e disponível em seu website. E assim, o grupo caminha das pegadas dos animais à tecnologia, passando por países, idiomas, questionamentos e reflexões. Embora as disciplinas de Geografia, História, Português e Ciências estejam presentes no estudo, fica absolutamente claro que as fronteiras da aprendizagem vão muito além da “matéria”. É preciso tocar também o invisível, criando interesse, comprometimento, responsabilidade e visão coletiva. Mas não é fácil conseguir isso! Portanto, os pais precisam buscar informações sobre quais as habilidades serão requeridas quando seus filhos forem para o mercado de trabalho. E devem pesquisar o que a escola está fazendo nessa direção… de verdade e não só na sua propaganda . Algumas perguntas a serem feitas para a escola:
1- Qual a filosofia da escola?
2 – Como trata a tecnologia da informação? Ainda tem laboratório de informática?
3 – Como lida com a inteligência emocional e as múltiplas inteligências em geral?
4 – Os professores estão alinhados com a escola?
5 – Como realmente lidam com os problemas? Peça exemplos práticos.
6 – Como avaliam os alunos?
7 – O que pensam e o que fazem quanto à preparação para o vestibular?
Precisamos mudar um importante paradigma para o bem dos nossos filhos. Uma escola que valoriza o desenvolvimento do aluno é uma escola que escolheu a difícil tarefa de ensinar a aprender e provavelmente fará o seu filho obter os melhores resultados nos exames. Mudar um paradigma qualquer não é uma tarefa fácil. Portanto, proponho que entendamos a importância dessa escolha e dediquemos tempo estudando o que há nesse caminho. Além das idéias acima, sugiro a leitura de mais 5 bons livros:
1. Presença – Peter Senge, Otto Sharmer, Joseph Jaworski e Betty Flowers – trata do processo de aprendizagem. Imperdível!
2. Inteligência Social – Daniel Goleman – esse último livro é uma obra prima para entendimento do SER do ser humano e de nossas conexões. Leitura obrigatória!
3. A Escola que Aprende – Peter Senge – um livro definitivo para entender os “porquês” e “comos” das mudanças que as Escolas estão vivendo. Obrigatório para educadores! Se na sua escola não seguem esses ensinamentos: mude de escola já!
4. Freakonomics – Stephen Dubner e Steven Levitt – um livro que fará você nunca mais cair no conto do “senso comum”. Você verá tudo com um olhar mais real. Ajudará, de uma forma despretensiosa, a pensar “fora da caixa”.
5. O Mundo é Plano – Thomas Friedman – reúne a visão da transformação que estamos vivendo e propõe um olhar para a educação. Leia a segunda edição revisada!
Depois de tanta reflexão, nós – pais e educadores – temos duas escolhas: continuar dormindo ou acordar. O que você escolhe?